segunda-feira, 13 de maio de 2013

PONTIFÍCIA COMISSÃO ECCLESIA DEI INSTRUÇÃO Sobre a aplicação da Carta Apostólica Motu Proprio Summorum Pontificum de S. S. O PAPA BENTO XVI. PONTIFICIA COMISIÓN ECCLESIA DEI INSTRUCCIÓN


http://blog.adw.org/wp-content/uploads/St-Marys-Trid-Mass-smallerer.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvYcT9aHzbJPbzZGt0xHzaHjLgrz_3YGxcAAkwh6Pu2_41MJlXXcHtI6JRHH9ezNbO1Bpxb3pDc0XQm_xOjFnIR27UVVh77OlnB7eaO1HesjSHCPG153mAfwj_C-VIDbQ_e23CHDhfkew/s1600/0.jpghttp://www.catholichomeandgarden.com/images/high%20mass.jpg


I.
Introdução
1. A Carta Apostólica Summorum Pontificum Motu Proprio data do Soberano Pontífice Bento XVI, de 7 de julho de 2007, e em vigor a partir de 14 de setembro de 2007, fez mais acessível à Igreja universal a riqueza da Liturgia Romana.
2. Com o sobredito Motu Proprio o Sumo Pontífice Bento XVI promulgou uma lei universal para a Igreja com a intenção de dar uma nova regulamentação acerca do uso da Liturgia Romana em vigor no ano de 1962.
3. Tendo recordado a solicitude dos Sumos Pontífices no cuidado pela Santa Liturgia e na revisão dos livros litúrgicos, o Santo Padre reafirma o princípio tradicional, reconhecido dos tempos imemoráveis, a ser necessariamente conservado para o futuro, e segundo o qual "cada Igreja particular deve concordar com a Igreja universal, não só quanto à fé e aos sinais sacramentais, mas também quanto aos usos recebidos universalmente da ininterrupta tradição apostólica, os quais devem ser observados tanto para evitar os erros quanto para transmitir a integridade da fé, de sorte que a lei de oração da Igreja corresponda à lei da fé."1
4. O Santo Padre recorda, ademais, os Pontífices romanos que particularmente se esforçaram nesta tarefa, em especial São Gregório Magno e São Pio V. O Papa salienta que, entre os sagrados livros litúrgicos, o Missale Romanum teve um papel relevante na história e foi objeto de atualização ao longo dos tempos até o beato Papa João XXIII. Sucessivamente, no decorrer da reforma litúrgica posterior ao Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI aprovou em 1970 um novo missal, traduzido posteriormente em diversas línguas, para a Igreja de rito latino. No ano de 2000 o Papa João Paulo II, de feliz memória, promulgou uma terceira edição do mesmo.
5. Diversos fiéis, tendo sido formados no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio Vaticano II, expressaram o ardente desejo de conservar a antiga tradição. Por isso o Papa João Paulo II, por meio de um Indulto especial, emanado pela Congregação para o Culto Divino, Quattuor abhinc annos, em 1984, concedeu a faculdade de retomar, sob certas condições, o uso do Missal Romano promulgado pelo beato Papa João XXIII. Além disso, o Papa João Paulo II, com o Motu Próprio Ecclesia Dei de 1988, exortou os bispos a que fossem generosos ao conceder a dita faculdade a favor de todos os fiéis que o pedissem. Na mesma linha se põe o Papa Bento XVI com o Motu Próprio Summorum Pontificum, no qual são indicados alguns critérios essenciais para o Usus Antiquior do Rito Romano, que oportunamente aqui se recordam.
6. Os textos do Missal Romano do Papa Paulo VI e daquele que remonta à última edição do Papa João XXIII são duas formas da Liturgia Romana, definidas respectivamente ordinária e extraordinária: trata-se aqui de dois usos do único Rito Romano, que se põem um ao lado do outro. Ambas as formas são expressões da mesma lex orandi da Igreja. Pelo seu uso venerável e antigo a forma extraordinária deve ser conservada em devida honra.
7. O Motu Proprio Summorum Pontificum é acompanhado de uma Carta do Santo Padre, com a mesma data do Motu Próprio (7 de julho de 2007). Nela se dão ulteriores elucidações acerca da oportunidade e da necessidade do supracitado documento; faltando uma legislação que regulasse o uso da Liturgia romana de 1962 era necessária uma nova e abrangente regulamentação. Esta regulamentação se fazia mister especialmente porque no momento da introdução do novo missal não parecia necessário emanar disposições que regulassem o uso da Liturgia vigente em 1962. Por causa do aumento de quanto solicitam o uso da forma extraordinária fez-se necessário dar algumas normas a respeito. Entre outras coisas o Papa Bento XVI afirma: "Não existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum. Na história da Liturgia, há crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura. Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial."2
8. O Motu Proprio Summorum Pontificum constitui uma expressão privilegiada do Magistério do Romano Pontífice e do seu próprio múnus de regulamentar e ordenar a Liturgia da Igreja3 e manifesta a sua preocupação de Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal4. O Motu Proprio se propõe como objetivo:
a) oferecer a todos os fiéis a Liturgia Romana segundo o Usus Antiquior, considerada como um tesouro precioso a ser conservado;
b) garantir e assegurar realmente a quantos o pedem o uso da forma extraordinária, supondo que o uso da Liturgia Romana vigente em 1962 é uma faculdade concedida para o bem dos fiéis e que por conseguinte deve ser interpretada em sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais destinatários;
c) favorecer a reconciliação ao interno da Igreja.
II.
Tarefas da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei
9. O Sumo Pontífice conferiu à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei poder ordinário vicário para a matéria de sua competência, de modo particular no que tocante à exata obediência e à vigilância na aplicação das disposições do Motu Proprio Summorum Pontificum (cf. art. 12).
10. § 1. A Pontifícia Comissão Ecclesia Dei exerce tal poder tanto por meio das faculdades a ela anteriormente conferidas pelo Papa João Paulo II e confirmadas pelo Papa Bento XVI (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 11-12) quanto por meio do poder de decidir sobre os recursos administrativos a ela legitimamente remetidos, na qualidade de Superior hierárquico, mesmo contra uma eventual medida administrativa singular do Ordinário que pareça contrário ao Motu Proprio.
§ 2. Os decretos com os quais a Pontifícia Comissão julga os recursos são passíveis de apelação ad normam iuris junto do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
11. Compete à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, depois de aprovação da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, a tarefa de preparar a eventual edição dos textos litúrgicos concernentes à forma extraordinária.
III.
Normas específicas
12. A Pontifícia Comissão, por força da autoridade que lhe foi atribuída e das faculdades de que goza, dispõe, depois da consulta feita aos Bispos do mundo inteiro, com o ânimo de garantir a correta interpretação e a reta aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, emite a presente Instrução, de acordo com o cânone 34 do Código de Direito Canônico.
A competência dos Bispos diocesanos 13. Os bispos diocesanos, segundo o Código de Direito Canônico5, devem vigiar em matéria litúrgica a fim de garantir o bem comum e para que tudo se faça dignamente, em paz e serenidade na própria Diocese, sempre de acordo com a mens do Romano Pontífice, claramente expressa no Motu Proprio Summorum Pontificum.6 No caso de controvérsia ou de dúvida fundada acerca da celebração na forma extraordinária julgará a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.
14. É tarefa do Ordinário tomar as medidas necessárias para garantir o respeito da forma extraordinária do Rito Romano, de acordo com o Motu Proprio Summorum Pontificum.
O coetus fidelium (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 5 §1).
15. Um coetus fidelium será considerado stabiliter exsistens, de acordo com o art. 5 §1 do supracitado Motu Proprio, quando for constituído por algumas pessoas de uma determinada paróquia unidas por causa da veneração pela Liturgia em seu Usus Antiquior, seja antes, seja depois da publicação do Motu Proprio, as quais pedem que a mesma seja celebrada na própria igreja paroquial, num oratório ou capela; dito coetus pode ser também constituído por pessoas que vêm de diferentes paróquias ou dioceses e que convergem em uma igreja paroquial ou oratório ou capela destinados a tal fim.
16. No caso em que um sacerdote se apresente ocasionalmente com algumas pessoas em uma igreja paroquial ou oratório e queira celebrar na forma extraordinária, como previsto pelos artigos 2 e 4 do Motu Proprio Summorum Pontificum, o pároco ou o reitor de uma igreja, ou o sacerdote responsável por uma igreja, o admita a tal celebração, levando todavia em conta as exigências da programação dos horários das celebrações litúrgicas da igreja em questão.
17. §1. A fim de decidir nos casos particulares, o pároco, ou o reitor ou o sacerdote responsável por uma igreja, lançará mão da sua prudência, deixando-se guiar pelo zelo pastoral e por um espírito de generosa hospitalidade.
§2. No caso de grupos menos numerosos, far-se-á apelo ao Ordinário do lugar para determinar uma igreja à qual os fiéis possam concorrer para assistir a tais celebrações, de tal modo que se assegure uma mais fácil participação dos mesmos e uma celebração mais digna da Santa Missa.
18. Também nos santuários e lugares de peregrinação deve-se oferecer a possibilidade de celebração na forma extraordinária aos grupos de peregrinos que o pedirem (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 5 § 3), se houver um sacerdote idôneo.
19. Os fiéis que pedem a celebração da forma extraordinária não devem apoiar nem pertencer a grupos que se manifestam contrários à validade ou à legitimidade da Santa Missa ou dos Sacramentos celebrados na forma ordinária, nem ser contrários ao Romano Pontífice como Pastor Supremo da Igreja universal.
O sacerdote idôneo (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum , art. 5 § 4)
20. No tocante à questão dos requisitos necessários para que um sacerdote seja considerado "idôneo" para celebrar na forma extraordinária, enuncia-se quanto segue:
a) O sacerdote que não for impedido segundo o Direito Canônico7, deve ser considerado idôneo para a celebração da Santa Missa na forma extraordinária;
b) No que se refere à língua latina, é necessário um conhecimento de base, que permita pronunciar as palavras de modo correto e de entender o seu significado;
c) Em referimento ao conhecimento e execução do Rito, se presumem idôneos os sacerdotes que se apresentam espontaneamente a celebrar na forma extraordinária, e que já o fizeram no passado
21. Aos Ordinários se pede que ofereçam ao clero a possibilidade de obter uma preparação adequada às celebrações na forma extraordinária, o que também vale para os Seminários, onde se deve prover à formação conveniente dos futuros sacerdotes com o estudo do latim8 e oferecer, se as exigências pastorais o sugerirem, a oportunidade de aprender a forma extraordinária do Rito.
22. Nas dioceses onde não houver sacerdotes idôneos, os bispos diocesanos podem pedir a colaboração dos sacerdotes dos Institutos erigidos pela Comissão Ecclesia Dei ou dos sacerdotes que conhecem a forma extraordinária do Rito, seja em vista da celebração, seja com vistas ao seu eventual ensino.
23. A faculdade para celebrar a Missa sine populo (ou só com a participação de um ajudante) na forma extraordinária do rito Romano foi dada pelo Motu Proprio a todo sacerdote, seja secular, seja religioso (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art.2). Assim sendo, em tais celebrações, os sacerdotes, segundo o Motu Proprio Summorum Pontificum, não precisam de nenhuma permissão especial dos próprios Ordinários ou superiores.
A disciplina litúrgica e eclesiástica 24. Os livros litúrgicos da forma extraordinária devem ser usados como previstos em si mesmos. Todos os que desejam celebrar segundo a forma extraordinária do Rito Romano devem conhecer as respectivas rubricas e são obrigados a executá-las corretamente nas celebrações.
25. No Missal de 1962 poderão e deverão inserir-se novos santos e alguns dos novos prefácios9, segundo as diretrizes que ainda hão de ser indicadas.
26. Como prevê o Motu Proprio Summorum Pontificum no art. 6, precisa-se que as leituras da Santa Missa do Missal de 1962 podem ser proclamadas ou somente em língua latina, ou em língua latina seguida da tradução em língua vernácula ou ainda, nas missas recitadas, só em língua vernácula.
27. No que diz respeito às normas disciplinares conexas à celebração, aplica-se a disciplina eclesiástica contida no Código de Direito Canônico de 1983.
28. Outrossim, por força do seu caráter de lei especial, no seu próprio âmbito, o Motu Proprio Summorum Pontificum derroga os textos legislativos inerentes aos sagrados Ritos promulgados a partir de 1962 e incompatíveis com as rubricas dos livros litúrgicos em vigor em 1962.
Crisma e a Sagrada Ordem 29. A concessão de usar a fórmula antiga para o rito da Crisma foi confirmada pelo Motu Proprio Summorum Pontificum (cf. art. 9, §2). Por isso para a forma extraordinária não é necessário lançar mão da fórmula renovada do Rito da Confirmação promulgado por Paulo VI.
30. No que diz respeito a tonsura, ordens menores e subdiaconado, o Motu Proprio Summorum Pontificum não introduz nenhuma mudança na disciplina do Código de Direito Canônico de 1983; por conseguinte, onde se mantém o uso dos livros litúrgicos da forma extraordinária, ou seja, nos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que dependem da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, o membro professo de votos perpétuos ou aquele incorporado definitivamente numa sociedade clerical de vida apostólica, pela recepção do diaconado incardina-se como clérigo no respectivo instituto ou sociedade de acordo com o cân. 266, § 2 do Código de Direito Canônico.
31. Somente aos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que dependem da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, e àqueles nos quais se conserva o uso dos livros litúrgicos da forma extraordinária, se permite o uso do Pontifical Romano de 1962 para o conferimento das ordens menores e maiores.
Breviarium Romanum 32. Outorga-se aos clérigos a faculdade de usar o Breviarium Romanum em vigor no ano de 1962, conforme o art. 9, § 3 do Motu Proprio Summorum Pontificum. Deve ser recitado integralmente e em latim.
O Tríduo Pascal 33. O coetus fidelium que adere à tradição litúrgica precedente, no caso de dispor de um sacerdote idôneo, pode também celebrar o Tríduo Sacro na forma extraordinária. Caso não haja uma igreja ou oratório destinados exclusivamente para estas celebrações, o pároco ou o Ordinário, em acordo com o sacerdote idôneo, disponham as modalidades mais favoráveis para o bem das almas, não excluindo a possibilidade de uma repetição das celebrações do Tríduo Sacro na mesma igreja.
Os ritos das Ordens Religiosas 34. Aos membros das Ordens Religiosas se permite o uso dos livros litúrgicos próprios, vigentes em 1962.
Pontificale Romanum e Rituale Romanum 35. Permite-se o uso do Pontificale Romanum e do Rituale Romanum, também como do Caeremoniale Episcoporum, vigentes em 1962, de acordo com o art. 28, levando-se em conta, no entanto, quanto disposto no n. 31 desta Instrução.
O Sumo Pontífice Bento XVI, em Audiência concedida no dia 8 de abril de 2011 ao subscrito Cardeal Presidente da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei", aprovou a presente Instrução e ordenou que se publicasse. Dado em Roma, na Sede da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, aos 30 de abril de 2011, memória de São Pio V.
William Cardeal Levada
Presidente
Mons. Guido Pozzo
Secretário
________________
1 BENTO XVI, Carta Apostólica Summorum Pontificum dada como Motu Proprio, I, in AAS 99 (2007) 777; cf. Introdução geral do Missal Romano, terceira ed. 2002, n. 397.
2 BENTO XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica "Motu Proprio data" Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970, in AAS 99 (2007) 798.
3 Cf. C.I.C. can. 838 § 1 e § 2.
4 Cf. C.I.C. can. 331.
5 Cf. C.I.C. can. 223 § 2; 838 §1 e § 4
6 Cf. BENTO XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica "Motu Proprio data" Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970 , in AAS 99 (2007) 799.
7 Cf. C.I.C. can. 900, § 2.
8 Cf. C.I.C. can. 249; cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 36; Decl. Optatam Totius n. 13.
9 Cf. BENTO XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica "Motu Proprio data" Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970, in AAS 99 (2007) 797.
[00711-06.01] [Texto original: Latino]
[B0287-XX.01]

PONTIFICIA COMISIÓN ECCLESIA DEI INSTRUCCIÓN sobre la aplicación de la Carta Apostólica Motu Proprio data "Summorum Pontificum" de S. S. BENEDICTO PP. XVI

http://www.youngcatholicadults.co.uk/news_files/consecration-1.jpghttp://phoenixlatinmass.com/Images/homeeaster2007.jpghttp://uvcarmel.files.wordpress.com/2009/11/fssp-sarasota.jpg?w=468&h=374https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjptvL05nsOnnU_7XnAXH-3T9oGP130UNjlYm2mQpekYd3dnMutCXQo29_vmgRy-OL-XjgNvwgyx5xgehmlTkJR_nHPlLT7SAn0E0O6H0DgU2Zhe-46oVyOjnRjiE13kHkpzPzft-3KVc8/s1600/Tridentine+Mass+in+St.+Louis.jpg
I.
Introducción

1. La Carta Apostólica Motu Proprio data "Summorum Pontificum" del Sumo Pontífice Benedicto XVI, del 7 de julio de 2007, entrada en vigor el 14 de septiembre de 2007, ha hecho más accesible a la Iglesia universal la riqueza de la Liturgia Romana.
2. Con tal Motu Proprio el Sumo Pontífice Benedicto XVI ha promulgado una ley universal para la Iglesia, con la intención de dar una nueva reglamentación para el uso de la Liturgia Romana vigente en 1962.
3. El Santo Padre, después de haber recordado la solicitud que los sumos pontífices han demostrado en el cuidado de la Sagrada Liturgia y la aprobación de los libros litúrgicos, reafirma el principio tradicional, reconocido desde tiempo inmemorial, y que se ha de conservar en el porvenir, según el cual «cada Iglesia particular debe concordar con la Iglesia universal, no solo en cuanto a la doctrina de la fe y a los signos sacramentales, sino también respecto a los usos universalmente aceptados de la ininterrumpida tradición apostólica, que deben observarse no solo para evitar errores, sino también para transmitir la integridad de la fe, para que la ley de la oración de la Iglesia corresponda a su ley de fe»1.
4. El Santo Padre ha hecho memoria además de los romanos pontífices que, en modo particular, se han comprometido en esta tarea, especialmente de san Gregorio Magno y san Pío V. El Papa subraya asimismo que, entre los sagrados libros litúrgicos, el Missale Romanum ha tenido un relieve histórico particular, y a lo largo de los años ha sido objeto de distintas actualizaciones hasta el pontificado del beato Juan XXIII. Con la reforma litúrgica que siguió al Concilio Vaticano II, en 1970 el papa Pablo VI aprobó un nuevo Misal para la Iglesia de rito latino, traducido posteriormente en distintas lenguas. En el año 2000 el papa Juan Pablo II promulgó la tercera edición del mismo.
5. Muchos fieles, formados en el espíritu de las formas litúrgicas anteriores al Concilio Vaticano II, han expresado el vivo deseo de conservar la tradición antigua. Por este motivo, el papa Juan Pablo II, con el Indulto especial Quattuor abhinc annos, emanado en 1984 por la Sagrada Congregación para el Culto Divino, concedió, bajo determinadas condiciones, la facultad de volver a usar el Misal Romano promulgado por el beato Juan XXIII. Además, Juan Pablo II, con el Motu Proprio "Ecclesia Dei", de 1988, exhortó a los obispos a que fueran generosos en conceder dicha facultad a todos los fieles que la pidieran. El papa Benedicto XVI ha seguido la misma línea a través del Motu Proprio "Summorum Pontificum", en el cual se indican algunos criterios esenciales para el usus antiquior del Rito Romano, que aquí es oportuno recordar.
6. Los textos del Misal Romano del papa Pablo VI y del Misal que se remonta a la última edición del papa Juan XXIII, son dos formas de la Liturgia Romana, definidas respectivamente ordinaria y extraordinaria: son dos usos del único Rito Romano, que se colocan uno al lado del otro. Ambas formas son expresión de la misma lex orandi de la Iglesia. Por su uso venerable y antiguo, la forma extraordinaria debe ser conservada con el honor debido.
7. El Motu Proprio "Summorum Pontificum" está acompañado por una Carta del Santo Padre a los obispos, que lleva la misma fecha del Motu Proprio (7 de julio de 2007). Con ella se ofrecen ulteriores aclaraciones sobre la oportunidad y necesidad del mismo Motu Proprio; es decir, se trataba de colmar una laguna, dando una nueva normativa para el uso de la Liturgia Romana vigente en 1962. Tal normativa se hacía especialmente necesaria por el hecho de que, en el momento de la introducción del nuevo Misal, no pareció necesario emanar disposiciones que reglamentaran el uso de la Liturgia vigente desde 1962. Debido al aumento de los que piden poder usar la forma extraordinaria, se ha hecho necesario dar algunas normas al respecto.
Entre otras cosas el papa Benedicto XVI afirma: «No hay ninguna contradicción entre una y otra edición del ‘Missale Romanum’. En la historia de la Liturgia hay crecimiento y progreso pero ninguna ruptura. Lo que para las generaciones anteriores era sagrado, también para nosotros permanece sagrado y grande y no puede ser de improviso totalmente prohibido o incluso perjudicial»2.
8. El Motu Proprio "Summorum Pontificum" constituye una relevante expresión del magisterio del Romano Pontífice y del munus que le es propio, es decir, regular y ordenar la Sagrada Liturgia de la Iglesia3, y manifiesta su preocupación como Vicario de Cristo y Pastor de la Iglesia Universal4. El documento tiene como objetivo:
a) ofrecer a todos los fieles la Liturgia Romana en el usus antiquior, considerada como un tesoro precioso que hay que conservar;
b) garantizar y asegurar realmente el uso de la forma extraordinaria a quienes lo pidan, considerando que el uso la Liturgia Romana entrado en vigor en 1962 es una facultad concedida para el bien de los fieles y, por lo tanto, debe interpretarse en sentido favorable a los fieles, que son sus principales destinatarios;
c) favorecer la reconciliación en el seno de la Iglesia.
II.
Tareas de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei
9. El Sumo Pontífice ha conferido a la Pontificia Comisión Ecclesia Dei potestad ordinaria vicaria para la materia de su competencia, especialmente para supervisar la observancia y aplicación de las disposiciones del Motu Proprio"Summorum Pontificum" (cf. art. 12).
10. § 1. La Pontificia Comisión ejerce tal potestad a través de las facultades precedentemente concedidas por el papa Juan Pablo II y confirmadas por el papa Benedicto XVI (cf. Motu Proprio "Summorum Pontificum", art. 11-12), y también a través del poder de decidir sobre los recursos que legítimamente se le presenten, como superior jerárquico, contra una eventual medida administrativa del ordinario que parezca contraria al Motu Proprio.
§ 2. Los decretos con los que la Pontificia Comisión decide sobre los recursos podrán ser impugnados ad normam iuris ante el Tribunal Supremo de la Signatura Apostólica.
11. Compete a la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, previa aprobación de la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos, la tarea de ocuparse de la eventual edición de los textos litúrgicos relacionados con la forma extraordinaria del Rito Romano.
III.
Normas específicas
12. Esta Pontificia Comisión, en virtud de la autoridad que le ha sido atribuida y de las facultades de las que goza, después de la consulta realizada entre los obispos de todo el mundo, para garantizar la correcta interpretación y la recta aplicación del Motu Proprio "Summorum Pontificum", emana la siguiente Instrucción, a tenor del can. 34 del Código de Derecho Canónico.
La competencia de los Obispos diocesanos 13. Los obispos diocesanos, según el Código de Derecho Canónico, deben vigilar en materia litúrgica en atención al bien común y para que todo se desarrolle dignamente, en paz y serenidad en sus diócesis5, de acuerdo siempre con la mens del Romano Pontífice, claramente expresada en el Motu Proprio "Summorum Pontificum"6. En caso de controversias o dudas fundadas acerca de la celebración en la forma extraordinaria, decidirá la Pontificia Comisión Ecclesia Dei.
14. Es tarea del obispo diocesano adoptar las medidas necesarias para garantizar el respeto de la forma extraordinaria del Rito Romano, a tenor del Motu Proprio "Summorum Pontificum".
El coetus fidelum (cf. Motu Proprio "Summorum Pontificum", art. 5 § 1)
15. Un coetus fidelium se puede definir stabiliter existens, a tenor el art. 5 § 1 del Motu Proprio "Summorum Pontificum", cuando esté constituido por algunas personas de una determinada parroquia que, incluso después de la publicación del Motu Proprio, se hayan unido a causa de la veneración por la Liturgia según el usus antiquior, las cuales solicitan que ésta sea celebrada en la iglesia parroquial o en un oratorio o capilla; tal coetus puede estar también compuesto por personas que provengan de diferentes parroquias o diócesis y que, para tal fin, se reúnen en una determinada parroquia o en un oratorio o capilla.
16. En caso de que un sacerdote se presente ocasionalmente con algunas personas en una iglesia parroquial o en un oratorio, con la intención de celebrar según la forma extraordinaria, como previsto en los art. 2 y 4 del Motu Proprio "Summorum Pontificum", el párroco o el rector de una iglesia o el sacerdote responsable admitan tal celebración, respetando las exigencias de horarios de las celebraciones litúrgicas de la misma iglesia.
17. § 1. Con el fin de decidir en cada caso, el párroco, el rector o el sacerdote responsable de una iglesia se comportará según su prudencia, dejándose guiar por el celo pastoral y un espíritu de generosa hospitalidad.
§ 2. En los casos de grupos numéricamente menos consistentes, habrá que dirigirse al ordinario del lugar para individuar una iglesia en la que dichos fieles puedan reunirse para asistir a tales celebraciones y garantizar así una participación más fácil y una celebración más digna de la Santa Misa.
18. También en los santuarios y lugares de peregrinación se ofrezca la posibilidad de celebrar en la forma extraordinaria a los grupos de peregrinos que lo requieran (cf. Motu Proprio "Summorum Pontificum", art. 5 § 3), si hay un sacerdote idóneo.
19. Los fieles que piden la celebración en la forma extraordinaria no deben sostener o pertenecer de ninguna manera a grupos que se manifiesten contrarios a la validez o legitimidad de la Santa Misa o de los sacramentos celebrados en la forma ordinaria o al Romano Pontífice como Pastor Supremo de la Iglesia universal.
El sacerdos idoneus (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 5 § 4)
20. Sobre los requisitos necesarios para que un sacerdote sea considerado idóneo para celebrar en la forma extraordinaria, se establece cuanto sigue:
a) cualquier sacerdote que no esté impedido a tenor del Derecho Canónico se considera sacerdote idóneo para celebrar la Santa Misa en la forma extraordinaria7;
b) en relación al uso de la lengua latina, es necesario un conocimiento suficiente que permita pronunciar correctamente las palabras y entender su significado;
c) en lo que respecta al conocimiento del desarrollo del rito, se presumen idóneos los sacerdotes que se presenten espontáneamente para celebrar en la forma extraordinaria y la hayan usado anteriormente.
21. Se exhorta a los ordinarios a que ofrezcan al clero la posibilidad de adquirir una preparación adecuada para las celebraciones en la forma extraordinaria. Esto vale también para los seminarios, donde se deberá proveer a que los futuros sacerdotes tengan una formación conveniente en el estudio del latín8 y, según las exigencias pastorales, ofrecer la oportunidad de aprender la forma extraordinaria del rito.
22. En las diócesis donde no haya sacerdotes idóneos, los obispos diocesanos pueden solicitar la colaboración de los sacerdotes de los institutos erigidos por la Comisión Ecclesia Dei o de quienes conozcan la forma extraordinaria del rito, tanto para su celebración como para su eventual aprendizaje.
23. La facultad para celebrar la Misa sine populo (o con la participación del solo ministro) en la forma extraordinaria del Rito Romano es concedida por el Motu Proprio a todos los sacerdotes diocesanos y religiosos (cf. Motu Proprio "Summorum Pontificum", art. 2). Por lo tanto, en tales celebraciones, los sacerdotes, en conformidad con el Motu Proprio "Summorum Pontificum", no necesitan ningún permiso especial de sus ordinarios o superiores.
La disciplina litúrgica y eclesiástica 24. Los libros litúrgicos de la forma extraordinaria han de usarse tal como son. Todos aquellos que deseen celebrar según la forma extraordinaria del Rito Romano deben conocer las correspondientes rúbricas y están obligados a observarlas correctamente en las celebraciones.
25. En el Misal de 1962 podrán y deberán ser inseridos nuevos santos y algunos de los nuevos prefacios9, según a la normativa que será indicada más adelante.
26. Como prevé el art. 6 del Motu Proprio "Summorum Pontificum", se precisa que las lecturas de la Santa Misa del Misal de 1962 pueden ser proclamadas exclusivamente en lengua latina, o bien en lengua latina seguida de la traducción en lengua vernácula o, en las Misas leídas, también sólo en lengua vernácula.
27. Con respecto a las normas disciplinarias relativas a la celebración, se aplica la disciplina eclesiástica contenida en el Código de Derecho Canónico de 1983.
28. Además, en virtud de su carácter de ley especial, dentro de su ámbito propio, el Motu Proprio "Summorum Pontificum" deroga aquellas medidas legislativas inherentes a los ritos sagrados, promulgadas a partir de 1962, que sean incompatibles con las rúbricas de los libros litúrgicos vigentes en 1962.
Confirmación y Orden sagrado 29. La concesión de utilizar la antigua fórmula para el rito de la Confirmación fue confirmada por el Motu Proprio "Summorum Pontificum" (cf. art. 9 § 2). Por lo tanto, no es necesario utilizar para la forma extraordinaria la fórmula renovada del Ritual de la Confirmación promulgado por el Papa Pablo VI.
30. Con respecto a la tonsura, órdenes menores y subdiaconado, el Motu Proprio "Summorum Pontificum" no introduce ningún cambio en la disciplina del Código de Derecho Canónico de 1983; por lo tanto, en los institutos de vida consagrada y en las sociedades de vida apostólica que dependen de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, el profeso con votos perpetuos en un instituto religioso o incorporado definitivamente a una sociedad clerical de vida apostólica, al recibir el diaconado queda incardinado como clérigo en ese instituto o sociedad (cf. can. 266 § 2 del Código de Derecho Canónico).
31. Sólo en los institutos de vida consagrada y en las sociedades de vida apostólica que dependen de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei y en aquellos donde se mantiene el uso de los libros litúrgicos de la forma extraordinaria se permite el uso del Pontificale Romanum de 1962 para conferir las órdenes menores y mayores.
Breviarium Romanum 32. Se concede a los clérigos la facultad de usar el Breviarium Romanum en vigor en 1962, según el art. 9 § 3 del Motu Proprio "Summorum Pontificum". El mismo se recita integralmente en lengua latina.
El Triduo Pascual 33. El coetus fidelium que sigue la tradición litúrgica anterior, si hubiese un sacerdote idóneo, puede celebrar también el Triduo Pascual en la forma extraordinaria. Donde no haya una iglesia u oratorio previstos exclusivamente para estas celebraciones, el párroco o el ordinario, de acuerdo con el sacerdote idóneo, dispongan para ellas las modalidades más favorables, sin excluir la posibilidad de una repetición de las celebraciones del Triduo Pascual en la misma iglesia.
Los Ritos de la Ordenes Religiosas 34. Se permite el uso de los libros litúrgicos propios de las órdenes religiosas vigente en 1962.
Pontificale Romanum y Rituale Romanum 35. Se permite el uso del Pontificale Romanum y del Rituale Romanum, así como del Caeremoniale Episcoporum vigente en 1962, a tenor del n. 28 de esta Instrucción, quedando en vigor lo dispuesto en el n. 31 de la misma.
El Sumo Pontífice Benedicto XVI, en la Audiencia del día 8 de abril de 2011, concedida al suscrito Cardenal Presidente de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, ha aprobado la presente Instrucción y ha ordenado su publicación. Dado en Roma, en la sede de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, el 30 de abril de 2011, memoria de san Pio V.
William Cardenal Levada
Presidente
Mons. Guido Pozzo
Secretario
_______________
1 Benedicto XVI, Carta Apostólica Motu Proprio data "Summorum Pontificum", I, en AAS 99 (2007) 777; cf. Instrucción general del Misal Romano, tercera edición, 2002, n. 397.
2 Benedicto XVI, Carta a los Obispos que acompaña la Carta Apostólica «Motu Proprio data» Summorum Pontificum sobre el uso de la liturgia romana anterior a la reforma efectuada en 1970, en AAS 99 (2007) 798.
3 Cf. Código de Derecho Canónico, can. 838 § 1 y § 2.
4 Cf. Código de Derecho Canónico, can 331.
5 Cf. Código de Derecho Canónico, cann. 223 § 2; 838 § 1 y § 4.
6 Cf. Benedicto XVI, Carta a los Obispos que acompaña la Carta Apostólica Motu Proprio data Summorum Pontificum sobre el uso de la liturgia romana anterior a la reforma efectuada en 1970, en AAS 99 (2007) 799.
7 Cf. Código de Derecho Canónico, can. 900 § 2.
8 Cf. Código de Derecho Canónico, can. 249, cf. Concilio Vaticano II, Constitución Sacrosanctum Concilium, n. 36; Declaración Optatam totius, n. 13.
9 Cf. Benedicto XVI, Carta a los Obispos que acompaña la Carta Apostólica Motu Proprio data Summorum Pontificum sobre el uso de la liturgia romana anterior a la reforma efectuada en 1970, en AAS 99 (2007) 797.
[00711-04.01] [Texto original: Latino]

terça-feira, 7 de maio de 2013

Cardeal Cañizares escreveu o prólogo do livro: " A reforma de Bento XVI" de don Nicola Bux

 



 
Desde la publicación de este libro hasta la presente edición española no han pasado más que unos po-cos meses. Sin embargo, la trascendencia de ciertos hechos ocurridos en este lapso de tiempo ha modificado enormemente el «clima» en torno a su temática, en especial por el ambiente de controversia que se ha creado tras el levantamiento de las excomuniones a los cuatro obispos ordenados hace veinte años por monseñor Lefebvre. Este gesto de misericordia gratuita del Santo Padre para ayudar a su plena inserción eclesial, que demuestra con los hechos que la Iglesia no reniega de su tradición, ha hecho que la «Misa tradicional» quede ligada a un problema disciplinar y, peor aún, a uno político.ler...

Dicas sobre como promover a Missa Tridentina na sua Paróquia



Pode um padre proibir a celebração da missa tridentina? Legalmente não.
Mas e se ela se transformou num cavalo de batalha dentro da paróquia, criando uma verdadeira luta de classes entre os paroquianos? Bom, então a situação fica muito difícil, porque a unidade eclesial está ameaçada.
Acho que vai ser a quinta vez que vocês vão ler o que vou escrever, mas preciso repetir, mesmo correndo o risco da monotonia.

No Brasil a missa tridentina, segundo as norma do Summorum Pontificum (SP), é pouco conhecida. Conta-se nos dedos da mão as dioceses que possuem essa forma celebrada com uma freqüência mais ou menos adequada. Não é segredo para ninguém que o próprio Papa deseja ver a forma extraordinária da liturgia sendo oferecida mais abundantemente. Contudo, também não é segredo que alguns grupos estão transformando o rito tridentino numa verdadeira bomba atômica nas suas dioceses. Explosões para todos os lados...e o que sobre depois? Ruínas.

Por outro lado, eu recebo relatos pelo blog ou por e-mail de grupos verdadeiramente empenhados em fazer do SP uma realidade unificante. Grupos que celebram com amor e devoção, zelando pela unidade interna da igreja local. Esses grupos entenderam o que o Papa lhes concedeu.
Sei que vai parecer absurdamente obvio o que segue, mas o rito tridentino é o rito extraordinário da missa. Não há no Brasil uma paróquia pessoal para o rito tridentino fora da Administração Apostólica (ou há, se não me engano, em Anápolis, mas não estou certo), então nas paróquias diocesanas o rito será sempre uma forma não-ordinária da celebração da missa. É isso que temos até o momento.
Não adianta forçar o rito aos paroquianos locais.
Agora vamos ao nosso HowTo ***


1) Formar e Informar
Primeiramente é preciso trabalhar com o grupo que se tem. Não importa se vocês são 10 ou 1000 pessoas, todos devem estar bem formados na própria espiritualidade da liturgia tridentina, caso contrário seria puro saudosismo ou curiosidade a celebração do rito antigo.
Façam grupos de reflexão e oração, discutam assuntos pertinentes e coerentes com a realidade da Igreja. Mas discutir é diferente de criar polêmica.
Depois partam para a missão! Informem vizinhos, parentes, colegas de trabalho, etc, sobre a missa tridentina. Expliquem a riqueza do rito antigo e como o Papa o autorizou e o recomendou para o bem das almas.
Tudo isso pode ser feito mesmo antes da primeira celebração da missa. Mesmo antes da autorização do padre/bispo.

2) Integrar-se
Integrem-se ao cotidiano paroquial. Isso é o mais importante. Já escrevi várias vezes sobre isso.
Participem de alguns eventos promovidos pela sua comunidade paroquial. Evidente que há alguns eventos que são totalmente incompatíveis com a espiritualidade católica, mas que são promovidos pela paróquia... desses vocês estão dispensados!


3) Falem com vários padres
Respeitosamente, conversem com vários padres locais sobre a possibilidade da missa tridentina. Sondem o terreno. Alguns padres serão radicalmente contra! Não vou enganá-los escrevendo que todos os padres da diocese vão amar a idéia, subscrevendo o pedido. Não! Sabemos que não é assim, mas mesmo com uma potencial resistência é importantíssimo que se converse com vários padres.
Mostre aos sacerdotes o trabalho que vocês fazem, o grupo unido que formam.

4) Não tenham pressa
A pressa é inimiga da perfeição. Alguns querem a missa tridentina para ontem! Há algumas dificuldades técnicas que precisam ser observadas e superadas, caso contrário corre-se o risco de termos um rito tridentino cheio de abusos! Lembrando que mesmo um padre que conhece o rito precisa de tempo para se adaptar às rubricas.
5) Número de pessoas.
Por mais que o SP autorize uma missa para três pessoas, incluindo o padre, vamos pensar bem se isso é viável para a diocese ou paróquia. Não queremos, certamente, prejudicar o andamento da vida paroquial, portanto é preciso ter um número razoável de pessoas para a celebração do rito tridentino. 200 seria o ideal, mas sendo realista creio que 50 já é um número viável para a maioria das paróquias do país.
6) Detalhes
Lembrem-se que não é apenas dever do padre saber as normas do rito, mas também dos acólitos. Sim, o rito antigo precisa de acólitos! Pelo menos um. Se vocês tiverem um grupo de Canto Gregoriano, melhor ainda. Não se esqueçam das alfaias, candelabros, cruz processional e do próprio missal de altar.

7) Não causem celeuma!
Quando vocês pedem algo, vocês gritam, berram ou saem derrubando tudo? Claro que não! Por isso evitem discussões e polemicas inúteis. Resolvam tudo na intimidade de uma conversa respeitosa.

8) Vocês não são autônomos.
Na Igreja há uma hierarquia e esta deve ser respeitada, mesmo quando algumas pessoas em posição de poder usam desse poder para impedir que o SP seja aplicado. Evitem agir com uma autonomia absoluta, convidando pessoas para missa sem que esta esteja devidamente preparada ou agendada pelo padre/bispo. Evitem convidar pessoas de grupos ideologizados, mesmo nutrindo alguma afeição por elas. Acreditem, na primeira oportunidade todo o esforço será perdido!

9) O diabo e as pedras.
É preciso falar dos empecilhos sobrenaturais também! Mesmo não sendo pastor da IURD, eu preciso falar nele – o tinhoso! Ele não gosta do rito antigo! Não duvidem que muita da resistência ao rito antigo tem raiz sobrenatural, através dos pecados do orgulho e da vaidade, dos dois lados (dos que pedem e daqueles que negam). Que fazer então? Rezar! Rezar! Rezar! Padres e bispos, mesmo aqueles mais relapsos, estão sob um constante ataque espiritual e é seu dever rezar por eles. Eu mesmo poderia testemunhar-lhes que apenas uma única oração, feita em frente ao sacrário, rendeu-me 21 assinaturas pela missa antiga! O meu único esforço foi pegar o rosário e dedilhar as contas, mistério por mistério e Maria intercedeu imediatamente (literalmente, porque depois de terminada a oração...depois eu conto... :)).

10) Não desistir
Recebeu um não? Eu também recebi um e nem por isso estou rasgando as vestes nas escadarias da Catedral! Talvez o seu não veio porque você não soube expressar-se com clareza ou caridade. Reveja sua abordagem, seus métodos. Se receber um outro não, comece a subir a escada novamente, revisando tudo.
Se o não persistir então será inevitável comunicar o atual chefe da Ecclesia Dei. Mas isso é um último recurso! Por favor não entupam a Ecclesia Dei de cartas já no primeiro não recebido!
Comunicar a Ecclesia Dei, mesmo sendo um direito seu, cria uma atmosfera desagradável na maioria dos casos. Mas, se não houver outro meio...

11) Morda a língua!
Eu tenho as minhas convicções, você tem as suas e provavelmente o bispo ou o padre tem as dele. Certamente como eu me expresso no meu blog, por exemplo, vai ser muito diferente do modo como eu me expressarei com o bispo. Não precisarei abrir mão das minhas reservas e convicções para agradar ao bispo, mas eu vou usar um outro modo de me fazer entender. Lembre-se que a língua não é muito amiga da caridade...
12) Não seja preguiçoso
Como você pôde perceber a empreitada de solicitar uma missa tridentina não coisa simples ou fácil, mesmo quando o bispo e o padre concordam com a celebração. É preciso muito trabalho duro, muita oração e disposição. Preguiça não combina com missa.

13) Pense nos outros!
Só há um “organismo” na Igreja mais organizado que a Cúria Romana – os tradicionalistas blogueiros. Algo acontece no recôncavo e praticamente todos ficam sabendo quase simultaneamente. Isso é bom e ruim. Bom porque nos mantém unidos, de certa forma. Ruim porque uma besteira que um grupo faz acaba respingando em todos, mesmo em longas distâncias. Por isso, antes de fazer qualquer coisa, pense nas pessoas que estão trabalhando pela missa longe de você, em dioceses afastadas e em paróquias que você não conhece.

14 – Socialize experiências
O importante é trocar informações, mesmo via internet. Vários lugares, vários contextos. Trocar informações ajuda a evitar erros já cometidos por outros e a desenvolver melhor o trabalho. Cooperação deve ser uma marca entre nós. Ficar reclamando de tudo e lamentando-se demais não ajuda.
Se você tem dificuldade nessa ou naquela questão, alguém pode ter um bom conselho. O importante é falar.
Fonte:Igreja una e santa

Mons Bux:"La clave para entender el pensamiento litúrgico de Ratzinger está, por el contrario, en la mirada orientada a la Cruz "




La Revelación se hace Liturgia

Estar inmersos en Él, en la Verdad

Por Don Nicola Bux

Quien lee la introducción del Papa a sus escritos sobre la Liturgia, editados por ahora en lengua alemana, encuentra este pasaje: “No me interesaban los problemas específicos de la ciencia litúrgica sino siempre el anclaje de la Liturgia en el acto fundamental de nuestra fe y, por tanto, también su puesto en nuestra entera existencia humana”.

Tal vez esta franqueza confirmará a algunos liturgistas en aquello que ya piensan: Joseph Ratzinger no es un verdadero experto en liturgia. El problema es que la Liturgia, después del Concilio, ha sido desvinculada del dogma por muchos estudiosos; por lo tanto, era difícil para un liturgista postconciliar leer, por ejemplo, el libro “Das Fest des Glaugens” (“La fiesta de la fe”) de Ratzinger. Hasta la elección pontificia, se escuchaba a los obispos desaconsejar la lectura de “Einführung in den Geist der Liturgie” (“Introducción al espíritu de la Liturgia”). Algunos se preguntaban: ¿cómo puede un dogmático como Ratzinger escribir sobre Liturgia?


Poco a poco, comenzamos a darnos cuenta de que hemos perdido, en el acercamiento a la liturgia, lo esencial, perdiéndonos tras tecnicismos extenuantes y esteticismos evanescentes. ¿No se oye decir, con frecuencia, al final de una liturgia: “ha sido una celebración lograda”?

La clave para entender el pensamiento litúrgico de Ratzinger está, por el contrario, en la mirada orientada a la Cruz y a Aquel que de allí pende: mirada a la vez real y simbólica, artística y mistagógica; en una palabra, litúrgica.


La homilía de la Misa Crismal del Jueves Santo de este año nos lleva de nuevo al “espíritu de la liturgia” como lo advierte el Santo Padre. También porque trata aquella relación esencial entre Ordenación sacerdotal y culto –el sacerdote es ordenado esencialmente para el culto, entendido como ofrenda a Dios-, sobre todo porque pone de nuevo en auge el concepto de consagración como sacrificio por Jesucristo y, en consecuencia, para quien quiera hacer otro tanto con su cuerpo, como culto lógico (cfr. Rom. 12, 1-2). Es más, diría que esto precisamente depende de la “consagración en la verdad”.


De este modo, “me consagro” es igual a “me sacrifico”; el sacerdote es al mismo tiempo la víctima – “una palabra abismal” que permite mirar a Jesucristo en lo más íntimo para que alcanzar el misterio de la redención, del sacerdocio de la Iglesia, es decir, lo que principalmente tiene que hacer en el mundo y del mundo: una consagración.

Otra que diálogo con el mundo: el sacerdote es un “cambio de propiedad” del mundo a Dios; pero esto es cierto en la raíz para todos los cristianos. ¿No es la liturgia un sacrificio, un “privarse de algo para entregarlo a Dios”? Ella no es nuestra propiedad: es “un ser puestos aparte”. De aquí sigue la función de representar a los otros ante de Él.


Pero la liturgia es una consagración en la verdad porque la Palabra de Dios es la Verdad. Como dice más adelante, la Verdad es Cristo mismo. La liturgia de la Palabra debe ser una consagración en la verdad porque tiene una vis (fuerza), vis evangelii – destructora del demonio y purificadora como agua y fuego del Espíritu, y finalmente creadora porque “transforma en el ser de Dios”. ¿Seremos capaces de presentar así la primera parte de la Santa Misa?

“Y entonces, ¿cómo están las cosas en nuestra vida?” – pregunta el Papa a sí mismo, a todos nosotros y a sus colaboradores – e indaga con un examen de conciencia a doble filo que nos escruta. ¿Seguimos al mundo con sus modas y pensamientos o más bien a Él? De lo contrario, no nos debería asombrar la existencia de la “soberbia destructiva y la presunción, que disgregan toda comunidad y acaban en la violencia. ¿Sabemos aprender de Cristo la recta humildad, que corresponde a la verdad de nuestro ser, y esa obediencia que se somete a la verdad, a la voluntad de Dios?”.


Así, desde la Palabra de Dios se abre el acceso a la verdad de la que es necesario ser siempre nuevamente discípulos. Más aún, en Cristo que es la Verdad ocurre el “hazlos una sola cosa conmigo... Sujétalos a mí. Ponlos dentro de mí” – y he aquí el paso a la liturgia eucarística, al sacrificio. Ésta es la verdadera unidad, ecuménica y no; ésta es la comunión: unificarse a Él. “Sustancialmente se nos ha dado para siempre en el Sacramento”. En particular para el sacerdote – con mayor razón cuando celebra – “unirse a Cristo supone la renuncia. Comporta que no queremos imponer nuestro rumbo y nuestra voluntad; que no deseamos llegar a ser esto o lo otro, sino que nos abandonamos a Él, donde sea y del modo que Él quiera servirse de nosotros… En el «sí» de la Ordenación sacerdotal hemos hecho esta renuncia fundamental al deseo de ser autónomos, a la «autorrealización»”. ¡Sólo así la liturgia se convierte en servicio a Dios, más aún, en oración! Orar “es un sencillo presentarnos a nosotros mismos delante de Él”. Ser admitidos a Su presencia, es decir, a realizar el servicio sacerdotal.


Y aquí está el paso de la oración personal a la pública: “Pero para que eso no se convierta en una autocontemplación, - cuántas liturgia son así (Cfr. Meditación de la IX estación del Vía Crucis 2005)- es importante aprender continuamente a orar rezando con la Iglesia. Celebrar la Eucaristía quiere decir orar. Celebramos correctamente la Eucaristía cuando entramos con nuestro pensamiento y nuestro ser en las palabras que la Iglesia nos propone”: aquí está todo el juicio sobre la así llamada creatividad que es, en cambio, salir de las palabras de la liturgia para preferir nuestras palabras. En las palabras de la liturgia, “está presente la oración de todas las generaciones, que nos llevan consigo por el camino hacia el Señor”: la liturgia pertenece a la Tradición con T mayúscula.


“Y, como sacerdotes, en la celebración eucarística somos aquellos que, con su oración, abren paso a la plegaria de los fieles de hoy”. Y aquí está el toque ascético: “Si estamos unidos interiormente a las palabras de la oración, si nos dejamos guiar y transformar por ellas, también los fieles tienen al alcance esas palabras. Y, entonces, todos nos hacemos realmente «un cuerpo solo y una sola alma» con Cristo”. Y se realizará la unidad de los cristianos. Aquí la liturgia del Sacrificio se convierte en Comunión santa del Cuerpo y la Sangre.


No termina aquí: la inmersión en la verdad y santidad de Dios quiere decir “aceptar el carácter exigente de la verdad; contraponerse tanto en las cosas grandes como en las pequeñas a la mentira que hay en el mundo en tantas formas diferentes…, tampoco hemos de olvidar que, en Jesucristo, verdad y amor son una misma cosa. Estar inmersos en Él significa afondar en su bondad, en el amor verdadero”. Y volvemos a la característica que hace del culto cristiano un culto lógico: ser ofrenda racional de sí mismos: “Cristo pide para los discípulos la verdadera santificación, que transforma su ser, a ellos mismos; que no se quede en una forma ritual, sino que sea un verdadero convertirse en propiedad del mismo Dios. También podríamos decir: Cristo ha pedido para nosotros el Sacramento que nos toca en la profundidad de nuestro ser”. Esto debe convertirse en vida cada día. Por eso, “la Revelación se convierte en liturgia” (Joseph Ratzinger; “Jesús de Nazareth”).


En la liturgia, el Señor nos sumerge en sí mismo y nos convierte en “hombres de verdad, hombres de amor, hombres de Dios”.

***

Esta es una contribución de Monseñor Nicola Bux a la columna litúrgica que el Padre Mauro Gagliardi escribe para la edición italiana de Zenit. Según el Padre Gagliardi, “las reflexiones de Don Bux ofrecen interesantes aportes para comprender la mens litúrgica de Benedicto XVI”.

Fuente: Papa Ratzinger Blog

Traducción: La Buhardilla de Jerónimo

Cardeal Cañizares escreveu o prólogo do livro: " A reforma de Bento XVI" de don Nicola Bux





Desde la publicación de este libro hasta la presente edición española no han pasado más que unos po-cos meses. Sin embargo, la trascendencia de ciertos hechos ocurridos en este lapso de tiempo ha modificado enormemente el «clima» en torno a su temática, en especial por el ambiente de controversia que se ha creado tras el levantamiento de las excomuniones a los cuatro obispos ordenados hace veinte años por monseñor Lefebvre. Este gesto de misericordia gratuita del Santo Padre para ayudar a su plena inserción eclesial, que demuestra con los hechos que la Iglesia no reniega de su tradición, ha hecho que la «Misa tradicional» quede ligada a un problema disciplinar y, peor aún, a uno político.


En consecuencia, existe el riesgo de una desfiguración del sentido profundo del Motu Proprio del 7 de julio de 2007; un gesto de extraordinario sentido común eclesial con el que se ha reconocido la plena validez de un rito que ha nutrido espiritualmente a la Iglesia occidental durante siglos.

Es indudable que una profundización y una renovación de la liturgia eran necesarias. Pero, con frecuencia, ésta no ha sido una operación perfectamente lograda. La primera parte de la constitución Sacrosanctum Concilium no ha entrado en el corazón del pueblo cristiano. Ha habido un cambio en las formas, una reforma, pero no una verdadera renovación, tal y como pedían los Padres conciliares.


A veces se ha cambiado por el simple gusto de cambiar respecto de un pasado percibido como totalmente negativo y supe-rado, concibiendo la reforma como una ruptura y no como un desarrollo orgánico de la tradición. Esto creó reacciones y resistencias desde el principio, que en algún caso cristalizaron en posiciones y actitudes que llevaron a soluciones extremas, incluso a acciones concretas que implicaban pe-nas canónicas. Es urgente, sin embargo, distinguir el pro-blema disciplinar surgido de actitudes de desobediencia de un grupo, del problema doctrinal y litúrgico.


Si creemos de verdad que la Eucaristía es realmente la «fuente y el culmen de la vida cristiana» —como nos recuerda el Concilio Vaticano II—, no podemos admitir que sea celebrada de un modo indigno. Para muchos, aceptar la reforma conciliar ha significado celebrar una Misa que de un modo u otro debía ser «desacralizada». ¡Cuántos sacerdotes se han visto tratados de «retrógrados» o «anticonciliares» por el solo hecho de celebrar de manera solemne, piadosa o simplemente por obedecer cabalmente las rúbricas! Es perentorio salir de esta dialéctica.


La reforma ha sido aplicada y principalmente ha sido vivida como un cambio absoluto, como si se debiera crear un abismo entre el pre y el post Concilio, en un contexto en el que el término «preconciliar» era usado como un insulto. Se dio aquí también el fenómeno que el Papa observa en su reciente carta a los obispos del 10 de marzo de 2009: «A veces se tiene la impresión de que nuestra sociedad tenga necesidad de un grupo al menos con el cual no tener tolerancia alguna, contra el cual se pueda arremeter con odio». Durante años éste fue el caso en buena medida de los sacerdotes y fieles ligados a la forma de Misa heredada a través de los siglos, tratados muchas veces «como leprosos», como dijera de forma contundente el entonces cardenal Ratzinger.


Hoy en día, gracias al Motu Proprio, esta situación está cambiando notablemente. Y en gran medida lo está ha-ciendo porque la voluntad del Papa no ha sido únicamente satisfacer a los seguidores de monseñor Lefevbre, ni limitarse a responder a los justos deseos de los fieles que se sienten ligados, por diversos motivos, a la herencia litúrgica representada por el rito romano, sino también, y de manera especial, abrir la riqueza litúrgica de la Iglesia a todos los fieles, haciendo posible así el descubrimiento de los tesoros del patrimonio litúrgico de la Iglesia a quienes aún lo ignoran. ¡Cuántas veces la actitud de quienes los menosprecian no es debida a otra cosa que a este desconocimiento! Por eso, considerado desde este último aspecto, el Motu Proprio tiene sentido más allá de la existencia o no de conflictos: aun cuando no hubiera ningún «tradicionalista» a quien satisfacer, este «descubrimiento» hubiera sido suficiente para justificar las disposiciones del Papa.


Se ha dicho también que dichas prescripciones serían un «atentado» contra el Concilio, pero esto muestra un desconocimiento del mismo Concilio, cuya intención de brindar a todos los fieles la ocasión de conocer y apreciar los múltiples tesoros de la liturgia de la Iglesia es precisamente lo que deseó ardientemente esta magna asamblea: «El Sacrosanto Concilio, ateniéndose fielmente a la tradición, declara que la Santa Madre Iglesia atribuye igual derecho y honor a todos los ritos legítimamente reconocidos y quiere que en el futuro se conserven y fomenten por todos los medios» (SC, 4).

Por otra parte, estas disposiciones no son una novedad; la Iglesia siempre las ha mantenido, y cuando ocasional-mente no ha sido así, las consecuencias han sido trágicas. No sólo se han respetado los ritos de Oriente, sino que en Occidente diócesis como Milán, Lyon, Colonia, Braga y diversas órdenes religiosas han conservado pacíficamente sus diversos ritos a través de los siglos. Pero el antecedente más claro de la situación actual es sin duda la archidiócesis de Toledo. El cardenal Cisneros puso todos los medios para conservar como «extraordinario» en la archidiócesis el rito mozárabe que estaba en vías de extinción; no sólo hizo imprimir el Misal y el Breviario, sino que creó una capilla especial en la Iglesia Catedral, donde se celebra aún hoy cotidianamente en ese rito.


Esta variedad ritual no ha significado nunca, ni puede significar, diferencia doctrinal sino que, por el contrario, pone de relieve una profunda identidad de fondo. Entre los ritos actualmente en uso es necesario que se dé también esta misma unidad. La tarea actual, tal y como nos indica el presente libro de don Nicola Bux, es poner en evidencia la identidad teológica entre la liturgia de los diversos ritos que se han celebrado a través de los siglos y la nueva liturgia fruto de la reforma o bien, si esta identidad se hubiera desdibujado, recuperarla.


La reforma de Benedicto XVI es, pues, un libro rico en datos, reflexiones e ideas, y de entre los múltiples asuntos en él tratados quisiera resaltar algunos puntos:

El primero es acerca del nombre con el cual llamar a es-ta Misa. El autor propone llamarla al estilo oriental «liturgia de San Gregorio Magno». Es tal vez mejor que decir simplemente «gregoriana», pues puede prestarse a un doble equívoco (que podría en todo caso evitarse con la denominación «dámaso-gregoriana»). También es más conveniente que «Misa tradicional», donde el adjetivo corre peligro de contaminarse de una carga o bien polémica o bien «folclórica»; o que «modo extraordinario», que es una denominación demasiado extrínseca. «Usus antiquior» tiene el defecto de ser una referencia meramente cronológica.


Por otra parte, «usus receptus» sería demasiado técnico. «misal de de San Pio V» o «del Beato Juan XXIII» son términos demasiado limitados. El único inconveniente es que en el rito bizantino ya hay una liturgia de San Gregorio, Papa de Roma; la de los dones presantificados usada en cuaresma.


En segundo lugar, el hecho de que el uso sea «extraordinario» no debe significar que deba ser usado solamente por sacerdotes y fieles que se acogen al modo extraordinario. Como propone el padre Bux, sería muy positivo que quien celebra habitualmente del modo «ordinario», lo haga también, extraordinariamente, en el «extraordinario». Se trata de un tesoro que es herencia de todos y al cual, de una manera u otra, todos deberían tener acceso. Por eso se podría proponer especialmente para ocasiones en las que haya alguna riqueza peculiar del antiguo misal que se pueda aprovechar (sobre todo si en el otro calendario no hay nada especial previsto): por ejemplo, para el tiempo de Septuagésima, para las cuatro Témporas o para la Vigilia de Pentecostés y, tal vez, hasta en el caso de ciertas comunidades especiales, tanto de vida consagrada como cofradías o hermandades. La celebración «extraordinaria» también sería de gran utilidad para los oficios de la Semana Santa, al menos en algunos de ellos, pues todos los ritos conservan en el Triduo Sacro ceremonias y oraciones que se remontan a épocas más antiguas de la Iglesia.


Otro punto que es necesario destacar es la actitud de Benedicto XVI; no constituye tanto una novedad o cambio de rumbo de gobierno, cuanto lleva a su concreción lo que ya Juan Pablo II había emprendido con iniciativas tales como el documento papal Quattuor abhinc annos, la consulta a la comisión de Cardenales, el Motu Proprio Ecclesia Dei y la creación de la Comisión del mismo nombre, o las palabras dirigidas a la congregación del Culto Divino (2003).


Algo que es urgente tener en cuenta es la repercusión ecuménica de estas discusiones; las críticas dirigidas hacia el rito recibido de la tradición romana alcanzan también a las otras tradiciones y sobre todo la de los hermanos ortodoxos. ¡Casi todos los ataques de aquellos opuestos a la reintroducción del misal antiguo son precisamente hacia los lugares que tenemos en común con los orientales! Un signo que confirma este hecho son las expresiones positivas del recientemente fallecido Patriarca de Moscú al publicarse el Motu Proprio.


No es uno de los aspectos menos importantes de este libro el hecho de que nos ayude a tomar conciencia de los diversos aspectos de la situación en la que nos hallamos ac-tualmente. Nuestra generación se enfrenta a grandes desafíos en materia litúrgica: Ayudar a toda la Iglesia a seguir plenamente lo que ha indicado el Concilio Vaticano II en la constitución Sacrosanctum Concilium y lo que el Cate-cismo de la Iglesia católica dice sobre la liturgia, atesorar lo que el Santo Padre —cuando aún era el cardenal Joseph Ratzinger— ha escrito sobre el tema, especialmente en su bellísimo libro Introducción al espíritu de la liturgia, enriquecerse con el modo con el que el Santo Padre —asistido por la Oficina de las celebraciones litúrgicas que preside monseñor Guido Marini, y de la cual es consultor el autor de este libro— celebra la liturgia. Estas liturgias pontificias son ejemplares para todo el orbe católico.


Por último, añado que sería de gran importancia que todo esto se expusiera con profundidad en los seminarios como parte integrante de la formación al sacerdocio, para proporcionar un conocimiento teórico-práctico de las riquezas litúrgicas, no sólo del rito romano, sino también, en la medida de lo posible, de los diversos ritos de Oriente y Occidente, y así crear una nueva generación de sacerdotes libre de prejuicios dialécticos.


Ojalá este valioso libro de don Nicola Bux sirva para conocer mejor las intenciones del Santo Padre y descubrir las riquezas de la herencia recibida y, asimismo, para iluminarnos en nuestra acción. Pidamos para esto al Señor saber interpretar, como decía Pablo VI, los «signos de los tiempos».


+ Antonio, cardenal Cañizares
Prefecto de la Sagrada Congregación para el Culto
Divino y la Disciplina de los Sacramentos
Arzobispo Administrador Apostólico de Toledo
8 de abril de 2009